A Vida Secreta das Palavras (La Vida Secreta de las Palabras)
Já não é de hoje que Isabel Coixet tem grande importância para o cinema espanhol. A diretora e roteirista catalã é conceituada e reconhecida não só pela produção de excelentes obras, mas por sua maneira singular de explorar com bastante delicadeza e relevância sentimentos como o amor e amizade, a tristeza e melancolia, saudade e solidão, temores e aflições; sentimentos comuns ao ser humano.
Nascida em Barcelona (Catalunha) em 9 de abril de 1962 e formada em História pela Universidade de Barcelona, antes de entrar para o ramo do cinema, trabalhou como jornalista na revista "Fotogramas" e que mesmo com a carreira de cineasta, vem realizando diversos trabalhos de publicidade.
Em seu currículo constam obras brilhantes como "Hay motivo (Há Motivo)" de 2004, "Mi vida sin mí (Minha vida sem mim)" de 2003 (Primeira produção com idioma inglês), "A los que aman (Aos que amam)" de 1998, "Cosas que nunca te dije (Coisas que Nunca te Disse )" de 1995, "Demasiado viejo para morir joven" de 1988; dirigidos e escritos por ela, com exceção de "Hay motivo (Há Motivo)".
A Catalã vem conquistando diversos prêmios ao longo de sua carreira, dentre eles o mais importante é o Goya, conceituada Academia de Prêmios Anuais Espanhola. Sua mais premiada produção foi o filme "Mi vida sin mí (Minha vida sem mim)" de 2003, que conquistou os prêmios de Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Roteiro Original.
Sua mais nova obra é o filme "A Vida Secreta das Palavras (La Vida Secreta de las Palabras - The Secret Life of Words), segunda produção em idioma inglês da cineasta, escrita e dirigida por ela mesma. O filme foi o grande vencedor do Prêmio Goya no ano (2006), recebendo os prêmios por Melhor Filme, Melhor Diretora, Melhor Roteiro Original e Melhor Direção de Produção (Esther Garcia).
Qual é a relação do título com o filme? Assim como a própria Coixet costuma dizer, é do título que vem o tema para construção do enredo, da história.
O poder das palavras é imenso, elas reconfortam alguém em um momento de aflição e angústia, traz alegria à quem já não consegue sorrir. As palavras são capazes de conquistar a pessoa amada, evitar que alguém tome alguma atitude precipitadamente, as palavras também podem ferir mais do que uma arma de fogo.
Os protagonistas são Hanna (Sarah Polley) - Sensacional e brilhante atriz canadense que já havia trabalhado com Coixet anteriormente em "Minha vida sem mim", no papel de Ann, e por quem eu tenho tanta admiração - e Josef (Tim Robbins), cada um deles guarda segredos que os assombram. Hanna Amiran é uma refugiada de guerra que guarda consigo traumas de proporções absurdas, ela trabalha dedicadamente em uma fábrica têxtil e leva uma vida monótona e solitária tentando conviver com as dores do passado, além disso, Hanna tem um problema de audição o que faz com que ela tenha de usar um aparelho auditivo; aparelho este que ela tem como arma para se defender dos outros, das palavras. Josef é um Operador que trabalha em uma plataforma petrolífera e que sofre um acidente que o causa graves queimaduras e cegueira temporária, como não é exceção, Josef também guarda lembranças dolorosas e traumáticas.
O destino dos dois é traçado quando em uma oportunidade Hanna se desloca, como enfermeira, até a plataforma para cuidar de Josef, até que ele possa ser transferido à um hospital.
A partir daí eles descobrem e aprendem a compartilhar os segredos e temores, confiam um ao outro traumas capazes de destruir sonhos, metas e até a vontade de continuar vivendo, as mais negras e sombrias lembranças que possam existir na mente de uma pessoa. É quando surge o sentimento mais importante e capaz de trazer felicidade à quem já não sonha mais em ser feliz; o amor. O amor, ele faz com que as feridas do passado possam se cicatrizar, e que se não tanto, pelo menos ajuda a amenizar a dor. O amor capaz de dar metas e um novo sentido à vida.
O filme explora com bastante delicadeza sentimentos inerentes ao ser humano e mostra como as pessoas fazem para conviver com as dores do passado, como prosseguir com a vida depois de um momento tão trágico.
É um filme belo com dosagem perfeita de cinismo, melancolia, simplicidade, alegria e humor. A trilha sonora é sensacional, as atuações de Tim Robbins e Sarah Polley, principalmente, são desconcertantes, belíssimas, assim como as de todos os demais integrantes do elenco, que também conta com Javier Cámara, Julie Christie e Leonor Watling (Também contribuiu em "Minha vida sem mim", no papel de Ann) em participação especial.
• Título: A Vida Secreta das Palavras (La Vida Secreta de las Palabras - The Secret Life of Words)
• Gênero: Drama
• Ano de lançamento: 2005
• País origem: Espanha
• Idioma: Inglês
• Locações: Irlanda do Norte e Espanha
• Elenco: Sarah Polley (Hanna), Tim Robbins (Josef), Javier Cámara (Simon), Eddie Marsan (Victor), Steven Mackintosh (Dr. Sullitzer), Julie Christie (Inge), Danny Cunningham (Scott), Emmanuel Idowu (Abdul), Dean Lennox Kelly (Liam), Daniel Mays (Martin), Sverre Anker Ousdal (Dimitri), Leonor Watling (Mulher do amigo de Josef), Reg Wilson (Factory Manager), Peter Wright (Dullman).
• Lançamento no Brasil: Em novembro pela Europa Filmes (Com somente 1 aninho de atraso)
Marcadores: Cinema