Krzysztof Kieslowski e A Dupla Vida de Véronique (La Doublé Vie de Véronique)
Antes de dar início ao tema do post, deixe eu dizer algo:
Embora este site não possua muitos visitantes ou acessos - Eu também nunca procurei divulgá-lo - ainda assim me sinto feliz por poder fazer algo que gosto; que é te encher o saco com dezenas de palavrinhas.
Todos os artigos desta página foram escritos com prazer e a única intenção de expor minha opinião e sugerir/indicar alguns títulos em filmes/discos, alguma banda, para pessoas que sintam vontade de conhecer.
Não sou nenhum tipo de pseudo-intelectual, nem intelectual, somente exponho minhas idéias e tento torná-las proveitosas para alguém.
Não me preocupo se a página tem 5/6 visitantes ao invés de 5/6 mil, me sinto extremamente feliz e satisfeito só pelo fato de poder expor minha opinião e de ter os meus amigos como leitores :) Mesmo se eles não gostarem muito de algo que escrevo (Brunaaaaa!) :P
PS: O texto não é tão grande, acontece que a largura do site é pequena, o blog é fininho. Portanto não se apavore! Não há nada aqui que 5 minutos de leitura não resolvam :)
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Sobre Krzysztof Kieslowski:
Muito já foi falado e discutido sobre a vida e as obras de Krzysztof Kieslowski. O diretor e roteirista polonês nasceu em 27 de Junho de 1941 na cidade de Varsóvia, e morreu em 13 de Março de 1996, vítima de um ataque cardíaco. Se graduou em 1969 pela Escola de Cinema na cidade de Lodz (Grande cidade localizada no centro da Polônia).
Kieslowski iniciou sua carreira como documentarista, dirigiu diversos documentários nos quais analisava bem adentro e expunha seu pensamento de forma transcendente acerca dos diversos aspectos sociais e psicológicos da Polônia naquela época. Suas principais características eram sobre sua postura discreta quanto ao conteúdo de seus documentários, porém o cineasta era direto e seco. Seus documentários o tornaram célebre na Polônia.
Kieslowski dirigiu seu primeiro longa metragem, A Cicatriz (Blizna) - Ficção - em 1976. No filme é tratado aspectos sociais humanos, e por esta maneira singular de expor seus pensamentos, Kieslowski ganharia conceito nos filmes sucessores, que são: "Não Matarás (Krotki Film o Zabijaniu)", de 1988, "Não Amarás (Krotki Film o Milosci)" de 1988, ambos readaptações de dois episódios da série, dirigida por ele mesmo, "O Decálogo"; a série foi muito aclamada e lhe rendeu a consagração.
O próximo longa da lista seria "A Dupla Vida de Véronique (La Doublé Vie de Véronique)" de 1991, primeiro filme francês de Kieslowski e onde trabalhou pela primeira vez com a atriz francesa, Irène Jacob. Os três seguintes e últimos seriam a trilogia, inspirada nas cores da bandeira francesa e nos ideais da nação, "A Liberdade é Azul (Trois Couleurs: Bleu)" de 1993, "A Igualdade é Branca (Trois Couleurs: Blanc)" de 1993 e "A Fraternidade é Vermelha (Trois Couleurs: Rouge)" de 1994 (Irène Jacob está de volta neste longa); Kieslowski anuncia sua aposentadoria após o lançamento deste.
Hoje, dez anos após a sua morte, Kieslowski coleciona prestígio e consagração conquistados durante e depois de sua vida. É claro que ainda vive de uma forma ou outra; seja empilhado e empoeirado naquela velha estante esquecida, ou perdido em uma prateleira escura de uma locadora que ninguém sabe onde fica. Por outro lado, está também sendo discutido e revivido por pessoas que acreditam que boas obras nunca morrem com o tempo.
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A Dupla Vida de Véronique (La Doublé Vie de Véronique):
Tanto tempo se passou até que eu pudesse ter a oportunidade de assistir a esse filme, isto foi há um mês atrás, 15 anos após seu lançamento; devo usar o velho ditado "antes tarde do que nunca".
A Dupla Vida de Véronique (La Doublé Vie de Véronique), conta a história de duas moças (ambas interpretadas por Irène Jacob) nascidas no mesmo momento em locais diferentes: uma na Polônia e outra na França.
As duas moças têm a mesma aparência física e emocional, além de características pessoais, porém, não se conhecem e nunca tiveram contato algum uma com a outra. Apesar da distância entre as duas, elas cada vez mais sentem a presença de uma à outra e parecem estar de alguma forma ligadas.
O filme explora diversos fatores sociais e psicológicos de uma forma ampla; a vida amorosa de ambas as moças, o vazio causado pelo sentimento de estarem incompletas, as formas com quais reagem a diversos sentimentos e acontecimentos. Também o modo como as pessoas viviam naquela época e suas atitudes sob vários aspectos.
A Dupla Vida de Véronique faz pequenas referencias, mas de uma forma discreta, aos conflitos sociais políticos da época. Coloca também em pauta o tema Humanidade; como as pessoas convivem entre si, como o laço afetivo dos personagens é importante.
Durante seu andamento o filme vai fornecendo informações que esclarecem dúvidas acumuladas durante os minutos iniciais, sendo em pequenos detalhes discretos ou em fatos diretos.
A interpretação suave e emocionante de Irène Jacob chama a atenção nos primeiros instantes do filme; parece que cada detalhe fora antes minuciosamente trabalhado para em conjunto comporem uma brilhante harmonia. Irène traz uma singularidade tão imensa as personagens, à ponto de não poder-se imaginar as mesmas sendo interpretadas por outra pessoa.
Vale ressaltar que a atuação da atriz, nascida em Paris, França, em 15 de julho de 1966, lhe rendeu o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cannes.
A trilha sonora fica por conta do, também polonês, Zbigniew Preisner, e é bela e de extrema importância para o filme.
A produção é parcialmente francesa, a primeira de diretor, grande parte do diálogo é em francês. Anna Gornostaj dubla os diálogos em idioma polonês.
* Existe uma versão americada do filme, onde o final original é substituído por um mais simples de entender, um final piegas bem à moda americana.
É uma excelente obra, digna de um profissional brilhante, um filme que captura sua atenção e faz com que você se emocione e reflita bastante.
"A Dupla Vida de Véronique" será lançado no Brasil em DVD, no dia 06/11, pela Versátil Home Vídeo. Além de uma excelente edição audiovisual, o disco irá conter quase 2 horas de extras (Clique no link abaixo para mais detalhes).
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- Leia um artigo mais completo sobre Krzysztof Kieslowski clicando aqui.
Marcadores: Cinema