Wolf Parade, o cão retardado de 4 cabeças
E o Arcade fire quem o diga, depois de surgir de forma praticamente anônima, a banda em pouco tempo dominou a internet, fez 3 apresentações no Brasil (Rio, SP e POA) e hoje é umas das bandas atuais mais conceituadas e promissoras no mundo, fazem apresentações por todos os cantos e são imensamente aclamados em qualquer lugar que estejam. Além desta, ainda temos como exemplo o The Dears e o Broken Social Scene.
Tive a oportunidade, em 2005, de assistir uma apresentação do Arcade Fire em SP; confesso que depois deles, não me lembro do Kings of Leon e o Strokes, que fecharam, respectivamente, o Tim Festival de 2005. Claro que Strokes e o KOL são duas de minhas bandas preferidas :)
De não muito longe do Arcade Fire, aliás, são vizinhos, vem o Wolf Parade. A localização é Quebéc, Montreal. O Quebéc é a maior província do Canadá (A 2ª mais habitada), também possui a 2ª maior cidade do país, Montreal. O idioma oficial é o francês, por isso é comum artistas de lá usarem o idioma para composição e interpretação de, pelo menos, algumas de suas canções.
hoje em dia é muito comum bandas independentes estourarem em pouco tempo de carreia, e a grande responsável por isso, é a Internet; isso me lembra, com bastante tom de piada, o fato de bandas como o Metallica e Offspring abominarem e tentarem à todo custo destruir todos aqueles que cultivavam a tal MP3 e o conceito de "consuma sem pagar". Claro que não estou sugerindo, de forma alguma, que as pessoas parem de comprar discos e baixem mp3s até seus HDs explodirem; nada como ter o CD, físico, nas mãos. Também sou um dos que pensam, sem demagogia, no "Baixou e gostou? Compre!". Também não contesto a atitude de reprovação e indignação daqueles que não gostam de gravar um disco e vê-lo, uma semana antes do lançamento, disponível para download na internet.
* Gostaria de deixar bem claro aqui, que não tenho nada contra essas bandas, contra os gêneros e muito menos contra os fãs. Não quero de forma alguma criar desavenças entre os fãs de tais bandas.
Wolf Parade, formada em 2003, não foi exceção: a banda surgiu de forma mais surpreendente e rápida possível na cena artística canadense. Seus integrantes são Spencer Krug (teclados e vocais), Dan Boeckert (guitarras e vocais), Arlen Thompson (bateria) e Hadji Bakara (teclados, eletrônica).
Spencer Krug, líder da banda, já esteve na formação de bandas como Frog Eyes (foi um dos fundadores) e Destroyer, com qual ainda mantem projetos (esta já abriu um show local para o Arcade Fire). Dan Boecker integrava a formação do, já não mais existente, Atlas Strategic quando foi convidado, por Spencer, a se juntar à banda. Arlen Thompson viria depois para assumir as baquetas. Hadji Bakara com seus sintetizadores, foi o último a incorporar à banda.
A banda lançou seu primeiro disco em 2005, pelo selo "Sub Pop"; "Apologies To Queen Mary", parcialmente produzido por Isaac Brock, líder do Modest Mouse. O disco possui composições e interpretações dividas entre Spencer Krug e Dan Boeckert. Aliás, este dois começam a se destacar pela forma com que interpretam suas canções.
As músicas compõem uma grande harmonia entre si; tristeza, melancolia e angústia contrastam com outros temas mais ligados à relacionamentos.
Alguns promos e um EP lançado de forma independente em 2003, também constam no currículo da banda, que já foi definida, pelos próprios integrantes, como "Um cão retardado com quatro cabeças". Atualmente eles rodam o mundo em turnê de promoção do disco de estréia. O primeiro show, como se já não houvessem tantas familiaridades, foi uma abertura para o Arcade Fire. Aliás, não seria má idéia o Wolf Parade, à exemplo do Arcade Fire, vir logo fazer algumas apresentações no Brasil.
Vários projetos ligados à banda estão previstos para serem lançados em 2006: Spencer Krug mantem firme e forte seu projeto paralelo, o Sunset Rubdown. Dan Krueger também toca o seu projeto paralelo, Handsome Furs. O Wolf Parade continua fazendo apresentações por todo canto.
Parece mesmo que o Canadá estava guardando, para a última hora, o melhor do cenário musical. Hoje, não só Quebéc, que por muitos é considerada uma área separada do Canadá, mas também todo o país, podem comemorar e se orgulhar por esta façanha que não dá sinal algum de que vai acabar por aí.
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